
(brevíssima contextualização: estou aqui em Juruti - que fica às margens do Rio Amazonas, no estado do Pará - a trabalho há 2 semanas)
Sábado(09/05)
Logo pela manhã caiu um chuvão (quase um pleonasmo para o inverno na Amazônia) que fez com que ficássemos mais tempo na cama. Levantamos por volta das 9h e fomos atrás de cartucho de tinta preta para a impressora. Encontramos na grande loja de material de escritório na praça da matriz.
Voltamos para casa e ficamos organizando as informações que já coletamos e fazendo a lista de o que precisamos coletar. A Denise ficou arrumando a apresentação que fará na oficina de segunda-feira no STTR, e eu fiquei imprimindo as fichas que usarei durante essa semana.
O calor escaldante lá fora fez com que ficássemos a manhã toda em casa. A Denise tinha uma conversa com o representante da ADEPARÁ mas não conseguiu falar com ele.
Tentamos por diversas vezes entrar em contato com o Seu Joaquim para irmos ao igarapé, mas por alguma razão os telefones não estavam funcionando bem (e muito provavelmente o do representante da ADEPARÁ também estava no bolo).
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Foi dando um bode... tudo o que tentávamos para sair de casa não dava certo.
Ai que falta faz uma carteira de motorista para guiar moto!
Tentamos agendar uma saída de barco para o domingo, mas também não tivemos sucesso.
O que nos restava a fazer era ver o pôr-do-sol e sair para correr ao cair da noite. O pôr-do-sol foi lindo e logo que nos viramos para voltar pra casa, uma lua gigantesca, amarela, no horizonte, nos saudava. Para melhorar o visual a energia elétrica se foi por alguns minutos e ficamos numa esquina de Juruti em contemplação.
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Já a nossa corrida... bem, tivemos a infeliz surpresa de perceber que nossos tênis foram roubados aqui da varanda de casa. Muito chato. Não apenas pelo prejuízo (o tênis da Denise era igual o meu... portanto eu sei quanto pesa no bolso), mas pelo fato de que até aqui, no meio da Amazônia, numa cidadezinha aparentemente pacata, na qual os vizinhos se cumprimentam e onde, até poucos anos atrás trancar a porta era algo a se fazer só em caso de viagem, essas coisas acontecem. Ficamos com raiva, indignadas, putas, enfim. Por alguns instantes deu uma vontade imensa de voltar pra casa, para o completamente conhecido e contornável. Afinal, não era pra ser diferente por aqui?
Reflexos do desenvolvimento. E há quem diga “viva o PAC!”. Será?
Domingo (10/05)
Depois da experiência da noite anterior, nos demos o direito de ficar na cama até o corpo e a mente acordarem e ao levantarmos decidimos que sair de casa, de qualquer jeito, com o lema: custe o que custar!
Seu Joaquim tirou o dele da reta. Quero dizer, o carro, que segundo ele foi pro conserto e estará pronto para pegar a Denise amanhã cedo, rumo a mais uma oficina de percepção.
Tentamos convencer outro taxista a alugar o carro pelo dia. Em vão.
Locadoras de carro: nada!
Quanto é mesmo que custa pra tirar carta de moto?
Seria mais um dia dentro de casa, fugindo do calor, dentro do quarto com ar condicionado?
Para aqueles que devem estar perguntando o porquê de não sairmos por aí caminhando, bem... bem-vindos à Amazônia! Não é nada fácil encarar o calor escaldante e úmido desta região. Tiro o chapéu para os que daqui são, pois eu levaria um tempo pra me adaptar e conseguir sair de casa tranquilamente entre 10h30 e 14h30. Se não fosse por isso, com certeza estaríamos nos deliciando nas águas geladas de algum igarapé.
Mas voltando ao nosso programa de domingo, um detalhe que esqueci de contar é que hoje é dia das mães. Quem, em sã consciência, deixaria de passar o dia com a família para levar duas paulistas para passear por aí, numa época em que o rio está cheio (a maior cheia dos últimos 156 anos – de acordo com notícias na internet) e não tem nenhuma praia que não esteja submersa?
Canalizamos todas as nossas energias e no final das contas conseguimos acertar um passeio de barco com o Neto, sua esposa Celine e o lindo do Pedro Isaac (filhinho deles, de 8 meses).

Conseguimos fazer com que a Celine passasse o primeiro dia das mães da vida dela dentro de uma lancha rumo ao Lago Juruti Velho, com duas paulista embasbacadas com a paisagem amazônica e com o Pedro Isaac (muito lindo!). O que talvez ela não saiba é esse foi um dos melhores passeios que fiz na minha vida! Desses de renovar as energias, de sentir uma leveza depois de um mergulho no rio, de lavar a alma para uma nova semana que se inicia.
Foi tudo o que precisávamos depois do nosso sábado em casa e do susto pré-corrida.
O rio está realmente muito cheio. Quase tudo está embaixo d’água. Ranchos, casas, trapiches, árvores. Quase tudo.
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Almoçamos na vila de Juruti Velho, cuja parte baixa já foi tomada pela água, e de lá partimos para o Formigão, para um banho de rio (lago?). Delícia!
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A volta foi só alegria e muitas aves, das mais variadas formas e cores, cruzando nosso caminho (ou será que nós que estávamos cruzando o caminho delas?). Tudo perfeito para fechar um domingo aqui no meio da floresta.
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