sábado, 1 de agosto de 2009
O futuro é agora
E viva a globalização (massificação?) da cultura!
Em pleno Juruti, sábado de Festribal, 10h30 da manhã, entra pela janela de casa o inconfundível som de Thriller de Michael Jackson. É o vizinho provavelmente curtindo algo que não a música das tribos que, desde que chegamos, toca sem cessar.
E por falar em tribos, ontem fomos assistir à apresentação mirim das tribos Muirapinima e Munduruku. Devo admitir que minhas expectativas não eram nada altas. Pela primeira vez acompanhei um pouco mais de perto o Festival de Parintins, que foi transmitido para São Paulo, ao vivo, e não fiquei tão empolgada com o que vi pela TV. Mas hoje, depois da prévia que a apresentação mirim nos deu, entendo que deve ser algo mágico estar no meio de uma manifestação como a de Parintins... Hoje a noite estaremos no meio da terceira maior festa do estado do Pará, rodeadas de lendas e mitos dessa Amazônia tão próxima e, ao mesmo tempo, tão distante de nós.
Na apresentação das tribos existem alguns personagens-chave: a porta-estandarte, a guardiã tribal, a índia guerreira e o pajé. Para cada personagem é contada uma história, uma lenda, que explica seu surgimento e sua relação com a floresta. E quando finalmente esses personagens "nascem" no Tribódromo... quanta energia e quanta dança (para não dizer, erroneamente, samba) no pé! Isso porque são crianças!!! É uma energia linda de se ver e sentir. São eles que estarão à frente da apresentação principal daqui a alguns anos, e são eles que estarão à frente de Juruti também.
E então, todo o nosso trabalho faz sentido.
Será que em 10 anos, o Festribal terá a mesma energia de hoje? A mesma emoção?
Será que um dia ouviremos a música das tribos em São Paulo, ao invés de Thriller? Disso eu duvido. Porque a idéia de que a floresta é intocada está cada vez mais distante. E cada vez mais ela quer fazer parte do mundo global, afinal por que, justo ela, deveria ser excluída e preservada?
Esta aí uma reflexão.
Mais uma...
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