sábado, 17 de janeiro de 2009

Dia 2 – Fraiburgo/Bagé

Saímos de Fraiburgo por volta das 8h15 sentido Monte Carlo e Brunópolis (voltamos até o portal da cidade e pegamos a estrada à direita logo em seguida). Caímos novamente na BR116. Até Lages o trânsito esteve intenso, com uma grande quantidade de carros argentinos. Acredito (e tive certeza disso durante nossa volta) que eles seguiam na BR116 até a BR280 (sentido Joinville/Florianópolis). E atenção: eles não são muito pacientes. De Lages a Vacaria o trajeto apresenta retas e morros leves, turismo basicamente rural e boa sinalização. (Cabe ressaltar que a qualidade do asfalto é melhor no Paraná e vai decaindo em direção ao Rio Grande do Sul. Não que fique ruim, seria errado afirmar isso, mesmo porque os pedágios ao longo da rodovia têm de se justificar, mas para quem sai do Paraná a diferença fica clara). Passando Vacaria, entramos na região serrana do Rio Grande do Sul. Visual muito bonito e estrada bem sinuosa. A passagem sobre o Rio das Antas merece uma parada para fotos. Até Caxias do Sul seguimos a BR116, onde pegamos o acesso à RS453, sentido Farroupilha. A RS453 não é tão agradável quanto a BR116, e o tráfego de caminhões se acentua, muito em função do parque industrial de Caxias do Sul (acredito eu). Paramos para almoçar entre Garibaldi e Bento Gonçalves, no restaurante italiano Di Paolo (antigo Giuseppe). Apesar do preço um pouco acima do que gostaríamos de gastar (R$32/pessoa), é uma boa pedida para os apreciadores de uma boa comida italiana e, sobretudo, para os bons de garfo, pois você pode comer até quando aguentar. Eu e Maurício paramos logo. Provamos o cappeleti in brodo, o galeto, a polenta frita, salada e uma massa feita pela própra casa (a minha ao funghi e a dele ao sugo). Tudo divinamente de acordo com a tradição italiana – isso quem atesta é o Mau, que não parou de elogiar o capelleti, segundo ele tão difícil de agradá-lo (considerando as comparações que ele faz com a comida feita pela família). Eu aproveitei e me esbaldei com o suco de uva integral, sem açucar ou conservantes, produzido na região. No final estávamos com uma baita preguiça de continuar a viagem, mas resistimos e seguimos pela RS453 até Estrela. De Estrela pegamos um trechinho da BR386 sentido Lajeado e de lá rumamos para Santa Cruz do Sul. Neste trecho fomos parados pela Polícia Rodoviária, para averiguação de rotina, sem maiores problemas. De Santa Cruz do Sul para Rio pardo/Pântano Grande, pela BR471. Foi na BR471 que começou o “andar e andar sem ver nada além do horizonte, lá longe”. Atenção para quem pretende passar por aqui: o trecho urbano de Rio Pardo é cheio de radares, velocidade 60km/h. Em Pântano Grande entramos na BR290, sentido Uruguayana. Retas intermináveis e paisagem típica dos Pampas: planícies, açudes, pasto e gado com pitadas de silvicultura. Abastecemos em Cachoeira do Sul, penúltimo posto antes de Bagé. Vale a pena parar para esticar as pernas, tomar uma coca-cola. Só não repare no mau-humor dos atendentes. Ao entrarmos na BR153, sentido Bagé, as planícies vão se alternando com morros leves e algumas formações rochosas interessantes (para quem se interessa, próximo a Caçapava do Sul tem um point de escalada que avistamos da estrada e pareceu ser bem convidativo). Passamos pelo acesso para Caçapava do Sul e depois disso nada, nada e nada. Nenhuma cidadezinha, vila, vilarejo. Muito pasto, vacas e mais vacas. Fazendas infindáveis, enormes. Ficamos nos perguntando de quem é tudo aquilo. Será um dono só? Dois? Cinco? Assim se passaram quase 200km. Ao chegar a Bagé presenciamos um pôr do sol como nunca tinha visto antes. Cores lindas e a imensidão do céu.
Chegamos em Bagé depois das 21h, mas havia acabado de escurecer. Os dias ao sul parecem mais longos. Hotéis em Bagé: - Hotel Cassino – parece ser o mais “tradicional” da cidade: R$65 s/ ar; R$75 c/ ar. - Hotel Medranho – simples, ao lado da rodoviária: R$43/casal Optamos pelo segundo. Simples mas honesto. Voltinha à noite pela rua principal de Bagé e percebemos que a cidade está mesmo mais para Argentina/Uruguay que para Brasil. Me desculpem os “bageenses”, mas é verdade, e se pensarmos bem, está mais pra lá que pra cá mesmo. Bem, mas voltando ao nosso passeio, por incrível que pareça, pegamos trânsito, típico de cidade do interior. As pessoas páram os carros, ligam o som, abrem o porta-malas e sentam para ver o movimento. A cidade tem uma arquitetura muito bonita e fiquei interessada em conhecer um pouco mais da história da região (ou deveria ter prestado mais atenção nessas aulas de história no colégio). Chamou a atenção também o fato de ter um poste, isso mesmo: um poste, em praticamente todos os cruzamentos da cidade, fazendo a função de uma rotatória. Não nos perguntem sobre acidentes, pois não presenciamos nenhum, mas que é estranho, isso é. Resumo do dia: 890 km rodados Longos quilômetros sem muito movimento.

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